12 de abril de 2015

Três rosas moribundas

Esta postagem vai ser mais técnica do que o que costumo escrever por aqui, pois meu objetivo era fazer um teste comparativo de duas possibilidades de conversão de câmeras para infravermelho: utilizando um filtro 715nm e um 760nm.  A lente utilizada foi uma barata (me custou R$ 160) 35mm f/1.6 feita para vídeo (CCTV), totalmente manual, montada nas câmeras via adaptador para micro 4/3. As fotos foram feitas com menos de 10 minutos de diferença, as flores colocadas sobre um "pufe" na sala, iluminadas com luz natural do início da tarde por uma janela acima delas.

Pessoalmente, gostei mais da terceira foto, com filtro 760nm, mas as três últimas deixam claro que o filtro 715nm é mais flexível: permitiu maior sensibilidade (ISO mais baixo), resultou num contraste um pouco maior, e ainda tornou possível o processamento de infravermelho com cores falsas.  O filtro 760nm se mostrou ótimo para preto e branco, mas como as fotos saem praticamente monocromáticas, não se prestam para tratamento com cores. 

1. Luz visível (câmera: Panasonic GM1, ISO 125 1/160s)

2. Luz visível, conversão para P&B no Photoshop (câmera: Panasonic GM1, ISO 125 1/160s)

3. Infravermelho com filtro 760nm (câmera: Panasonic GX1, ISO 400 1/125s)

4. Infravermelho com filtro 715nm (câmera: Panasonic GF1, ISO 100, 1/100s)

5. Infravermelho com filtro 715nm, processado com a técnica de "cores falsas" (câmera: Panasonic GF1, ISO 100, 1/100s)

6. Infravermelho com filtro 715nm, uma variação da mesma técnica acima (câmera: Panasonic GF1, ISO 100, 1/60s)



Complementando as fotos acima, decidi fazer mais alguns testes com cores, alterando diretamente os canais RGB.  A técnica típica de cores falsas para infravermelho, utilizada nas imagens 5 e 6 acima, envolve a troca ou inversão dos os canais R (vermelho) pelo B (azul). Sem essa troca, a imagem 6 ficaria com essa aparência, bem menos natural:

 7. Mesma foto #6, sem aplicar a inversão de canais R-B

Se, em lugar de fazer a inversão de canais, substituirmos o canal R pelo B, mas não mexermos no B, obtemos isso:
8. Mesma foto #6, fazendo R=B

Uma outra opção seria não mexermos no canal R, mas substituirmos o B pelo R:


Enfim, temos cores para todos os gostos! Lembrando que todas elas são "falsas" (as cores "reais" são as mostradas na foto #1), pois são resultado de uma reinterpretação do registro digital de um espectro eletromagnético distorcido e desviado para o infravermelho pelo filtro de 715nm.  


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